São Paulo já tem quatro orquidários colaborativos, espaços de cuidado e aprendizado criados com plantas que seria descartadas por lojas e supermercados.
Orquídeas que estavam à venda em supermercados da cidade e perderam seu valor comercial estão renascendo em três orquidários colaborativos que foram inaugurados na cidade este ano. E o quarto será inaugurado no próximo domingo, dia 2, na Mooca, junto ao espaço da Horta das Flores.
O idealizador desse projeto, o empresário e educador César Kawamura, 45 anos, explica o que é e para que serve um orquidário colaborativo:
“Um orquidário colaborativo é uma espécie de orfanato de orquídeas. As pessoas podem levar orquídeas para lá e todo mundo cuida das plantas coletivamente. E assim a gente aumenta a coleção e todo mundo pode aprender sobre o cuidado necessário para cada uma das plantas”.
Cada um dos espaços já inaugurados começou com cerca de 50 orquídeas, que vieram do descarte de lojas e supermercados. Além de ser um lugar para que as orquídeas sejam cuidadas, a ideia é que esses orquidários sejam espaços educativos, onde possam se desenrolar ações de relacionamento, pertencimento, sustentabilidade e empreendedorismo. Uma das ideias é que os orquidários se espalhem pelas diversas regiões da cidade e funcionem como hubs para coletar plantas da região. “Ali pode ser um ponto de coleta de doações daquela região e isso vai transformar aquele orquidário em um lugar onde possam ser realizadas oficinas, palestras e ponto de partida para atividades externas, como o plantio de orquídeas em praças do local”. Ele lembra uma atividade feita em abril deste ano com alunos cegos de uma instituição, que se reuniram na Lapa para plantar orquídeas na praça. Indo além, César quer que os orquidários sejam um espaço para fomentar o empreendedorismo socioambiental.
Batizado de OHquidea (pronuncia-se ‘oquidéa’), o projeto começou em 2017 com um ciclo de palestras que fazia uma analogia entre o cuidado com as orquídeas e a educação das crianças. Daí, evoluiu para esse formado de orquidários colaborativos e, em fevereiro deste ano, a OHquidea se transformou em uma empresa. A ideia é que sejam criados orquidários que possam gerar renda, seja pela venda de plantas, cursos ou oficinas. “Quero trabalhar dentro do empreendedorismo de impacto social, com um modelo que seja sustentável financeiramente. Acredito que esse é um círculo virtuoso, que só pode gerar coisas positivas”.
Onde estão os orquidários
Os quatro orquidários já criados são abertos ao público, com entrada gratuita. Porém, como a maioria dos lugares (inclusive a Horta das Flores, na Mooca), não fica com os portões abertos o dia todo, vale a pena entrar em contato antes, caso queiram conhecer. Vale, também, ficar de olho na programação desses espaços, que são momentos para conhecer e interagir com outras pessoas interessadas no tema. A página do Facebook do projeto OHquidea sempre está atualizada com as informações de cursos e eventos.
Vila Maria – Ponto de Cultura Nia Domo
César a ideia encantou uma pequena comunidade de Santo André, no bairro de Santa Terezinha e se depender de nós teremos o quinto orquidario aqui. Estamos ansiosos.
E desde já agradeço imensamente seu acolhimento.