ESG é a sigla para Environmental, Social e Governance (Meio-Ambiente, social e governança). O termo surgiu, primeiro, em função do mercado financeiro de olho no futuro do mundo, claramente impactado pelas mudanças climáticas. 

Para sobreviver, as empresas – que recebem investimento e também são investidoras – precisam ser agentes de mudanças importantes. E nada melhor do que o dinheiro cobrar isso delas para dar resultado. 

Totalmente ligado ao universo empresarial – e cada vez mais cobrado pelo mercado financeiro – ESG diz respeito a todas as ações, políticas e estratégias das empresas em busca da sustentabilidade.  Hoje em dia não é mais considerado um diferencial, mas sim um requisito fundamental.

Essas três letras praticamente substituíram as áreas de sustentabilidade das empresas que, antes, estavam mais focadas em questões relativas ao meio-ambiente. Agora, quando se fala de ESG, o rol de impactos e ações é muito maior. 

Veja algumas ações que compõem as estratégias ESG das empresas no dia a dia corporativo.

E (environmental)- diminuição das emissões de gases de efeito estufa, plantio de florestas, reciclagem de resíduos, uso racional da água, uso de fontes renováveis de energia.

S (social) – programas de diversidade e inclusão, equidade de gênero, ações sociais, políticas de melhoria da qualidade de vida dentro do ambiente de trabalho.

G (governance) – código de ética, compliance, práticas anticorrupção, transparência. 

O que ESG tem a ver com as cidades?

Existem dois pontos que ligam o ESG às cidades. Um deles é que as empresas estão nas cidades e empregam pessoas que moram nas cidades. Portanto, se essas políticas vão afetar as pessoas, consequentemente vão afetar as cidades e o seu modo de vida. 

Se olharmos para diversidade e inclusão, por exemplo, aumentar a presença de negros nos quadros de funcionários é uma forma de impactar positivamente a vida de muitas pessoas que, talvez, estivessem sem emprego por causa do racismo. 

No quesito meio-ambiente, quando uma empresa tem um programa de reciclagem dos seus resíduos, impacta diretamente na cadeia de catadores e até nos aterros dos municípios, que acabam recebendo menos quantidade de lixo. 

O outro ponto que liga as cidades ao ESG reside no fato de que as cidades também impactam – e muito – o clima mundial. E clima é um ponto importantíssimo quando se fala de ESG. 

De acordo com o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), 55% da população mundial vive em cidades, o que faz delas responsáveis por cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa. Isso mostra que as cidades também precisam olhar para as suas responsabilidades frente aos desafios que a sigla representa. 

Assim como as empresas estabelecem suas metas de sustentabilidade, as cidades também podem – e devem – criar metas e planos. São Paulo tem o Plano de Ação Climática 2020-2050 que prevê, entre outras coisas, uma redução das emissões do município em 20% em relação ao ano base 2017. Isso até 2030. Para que isso aconteça são necessárias inúmeras ações políticas, sociais e econômicas vindas do poder público, mas também da sociedade civil. 

A prefeitura pode, por exemplo, facilitar a vida de quem usa transportes mais limpos, implantar frotas de veículos elétricos para o transporte público, trabalhar a arborização urbana e a coleta e processamento de resíduos. 

Por outro lado, sempre vai existir a responsabilidade de quem vive na cidade, seja para cobrar o município ou para ajudá-lo fazendo a sua parte em tarefas como o gerenciamento do próprio lixo, a preservação dos ambientes naturais, as escolhas mais sustentáveis no dia a dia, seja no transporte, na energia usada em casa etc. 

O contexto do ESG dentro das cidades exige uma interação muito grande entre todos os envolvidos: empresas, poder público e sociedade civil. Porque as cidades são os espaços onde a vida de pessoas físicas e jurídicas acontece. E não tem como só um lado atuar nessa questão.

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