Na Praça da Nascente, no bairro da Pompéia, o Cerrado Infinito é um projeto que dá ao paulistano a oportunidade de conhecer, de perto, um pouco do que foi o cerrado paulistano. 

Digo foi porque essa é uma vegetação que sumiu da paisagem da cidade, embora tenha vindo dela o primeiro nome de São Paulo: Campos de Piratininga.

Esses campos cerrados foram a paisagem que os colonizadores encontraram quando venceram a serra do mar e alcançaram um platô. É caracterizada pela vegetação mais baixa, arbustiva, de troncos grossos, que tolera e é beneficiada por algumas queimadas e atrai uma fauna específica, como onça pintada e tucano de bico verde.

Entre as espécies de plantas típicas desses campos cerrados estão Capim Barba de Bode, Araçá do Campo, Lantana, Guabiroba, Carqueja, Língua de Tucano, Cipó de São João etc. 

Muitas delas compõem o projeto Cerrado Infinito, criado pelo artista Daniel Caballero, em 2015, com o intuito de recriar, na cidade de São Paulo, a paisagem do Cerrado com plantas típicas desse bioma. 

Antes do Cerrado chegar na praça, ele passou pela exposição “Como desenhar montanhas não descobertas”, que levou as plantas do jardim privado de Daniel, muitas delas coletadas em terrenos baldios de São Paulo, para dentro da Galeria Virgílio.

Com o fim da exposição, ele resolveu devolver essas plantas pra cidade e foi aí que começou o Cerrado Infinito na Praça da Nascente. A construção foi feita em conjunto, com a ajuda de voluntários.

Um ano depois, em 2016, ele escreveu o Guia de Campo dos Campos de Piratininga ou o que sobrou do cerrado Paulistano ou como fazer seu próprio Cerrado Infinito, que além de contar a história do projeto e do próprio cerrado, traz um guia ilustrado de plantas. 

Ilustrações de plantas do Cerrado Paulista que fazem parte do Guia escrito por Daniel Caballero

Segundo o botânico Ricardo Cardim, o cerrado de São Paulo sobrevive em pouquíssimos pontos da região metropolitana. Um deles é o Parque Alfred Usteri, no Butantã, que é fechado para visitação. O outro é o Parque Estadual do Juquery, no município de Franco da Rocha. 

Bom, tem também o Cerrado Infinito, que sobrevive à cidade, ao desconhecimento das pessoas sobre as plantas do Cerrado e até à ausência de Daniel durante o isolamento de 2020 por causa da Pandemia.

E o melhor é que o lugar é público, aberto e qualquer pessoa pode visitar!

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