Rua da Figueira: No centro de São Paulo, uma árvore nomeou uma rua e chegou a ser retratada em um mapa da cidade no final do século 19

A Rua da Figueira fica na região do Gasômetro, um lugar de importância histórica em São Paulo. Afinal, foi lá que começou a produção do gás usado na iluminação da cidade.

O nome dessa rua é referência a uma árvore, provavelmente de dimensões gigantescas, que ficava no terreno que pertenceu à Marquesa de Santos e tinha o nome de Chácara do Ferrão, ou Chácara da Figueira. Esse terreno foi comprado pela São Paulo Gas Company, que instalou ali o que ficou conhecido como gasômetro, uma fábrica e distribuidora de gás dentro da cidade. A tal figueira foi derrubada em 1905, 33 anos depois do início do trabalho da São Paulo Gas Company na cidade, e contra a vontade da população, segundo o livro “Complexo do Gasômetro – a energia de São Paulo”, de Luis Antonio Magnani e Luis Segawa.

As referências históricas que se tem dessa árvore são curiosas e mostram que ela se tornou um marco naquela região. No “Mapa da Capital da Província de São Paulo, seus edifícios públicos, hotéis, linhas férreas, igrejas, bondes, passeios etc”, publicado por Francisco de Albuquerque e Jules Martins em julho de 1887, a figueira aparece destacada junto a alguns prédios, principalmente religiosos, e é colocada como importante ponto de referência ao destacarem que a Igreja do Brás ficava a 390 m da figueira, e o Palácio Episcopal a 590m da Figueira.

Rua da Figueira: No centro de São Paulo, uma árvore nomeou uma rua e chegou a ser retratada em um mapa da cidade no final do século 19

Outra referência é uma aquarela de William Burchell, de 1827, na qual uma grande árvore aparece em primeiro plano e tudo indica que seja a tal figueira. A ilustração faz parte do acervo do Instituto Moreira Salles e está destacada no livro de Magnani e Segawa.

Aquarela de William Burchell. Acervo iconográfico do Instituto Moreira Salles

Vale lembrar que uma área da região do Gasômetro ficou conhecida como Complexo da Figueira. É justamente a área onde ficam as estruturas metálicas que, hoje, podem ser vistas da janela do metrô e são resquícios do tempo em que ali se armazenava o gás utilizado na iluminação da cidade.

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